Espaço como acumulação de tempos desiguais... Não existe o novo, sem o velho, também ensinava Milton Santos. Andei meio à margem da estrada nesses últimos meses, ainda estou absorvendo para talvez, depois falar. Tentando entender e organizar coisas, internas e externas. E nessa kombi de emoções, passar duas horas ouvindo Wim Wenders me encheu de reflexões.
O cineasta alemão, que esteve no Brasil dia 22 de agosto para sabatina sobre o futuro do cinema promovida pela ‘Folha de S. Paulo’, diz que a paisagem urbana precisa ser absorvida. “Precisamos permitir que o lugar nos conte sua história.” Apaixonado por Oscar Niemeyer e por Brasília, Wenders disse que filmaria na cidade, mas sem roteiro preestabelecido, pois permitiria que Brasília lhe contasse a sua história. Imediatamente, me recordei de Milton Santos, que nos dizia que os espaços são “expressões de certos tempos históricos” e, por isso, para ele, “o espaço nada mais é do que acumulação de tempos desiguais, um lugar interativo, onde a história do homem é expressa por meio de objetos que ele cria.”
Compreender o espaço-tempo requer bagagem cultural, distanciamento e abertura para a vida, para o novo. Wenders, que nasceu em 1945, em Düsseldorf, na Alemanha, ainda é um entusiasta do cinema e da vida. Para Wenders, “o que está à margem da estrada torna-se mais interessante do que o próprio filme”. Para ler toda a pensata que Wenders proporcionou, acesse o portal Nós da Comunicação
23.9.08
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