3.7.06

A fantasia do confete azul

fim de festa
purpurina
cabelo desarrumado
suor
gruda amolda
alinhava o lençol
uma carne imóvel
se sentindo copo vazio
borda suja

palavras passam rapidamente
o teto fica íngreme
vejo ontem
e amanhã
ao mesmo tempo

confetes no carpete
procuro o azul
aquele
que você me deu
talvez atrás
atrás de mim
talvez quando eu era eu
ontem
com copo cheio
sorriso de aluguel
Hoje
agora
sou a procura
o desespero do confete azul
aquele perdido
embaixo dos lençóis
cobertor de alma
pequena
que se vestiu de azul
e
se descubriu
quando viu o confete azul

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