25.12.06
Resoluções de Ano Novo
O calor me fez acordar cedo para uma segunda natalina, 9h15. Resolvi descer até a academia e correr por uma hora na esteira -- ajuda a pensar melhor, espanta o ócio, já que não aguentava mais assistir a programação da Globo. Minha mãe adora a Globo e isso me enlouquece. Chego na academia do prédio e dois homens conversam na esteira. Ligo a outra esteira e fico ao lado deles ounvindo tudo com meu MP3 desligado. É o hábito das conversas alheias. Um era moreno, uns 33 anos, casado. O outro, um pouco mais velho, com barriga, também casado. As esteiras marcavam velocidade sete, nós três bebíamos água quando o mais novo disse para o outro. Em 2007 espero ganhar meu primeiro milhão; sair deste apartamento, ir para um de 4 dormitórios.
Neste instante percebi que os ideais de cada um podem ser diversos. Ia responder para ele que em 2007 eu quero dar 120 beijos na boca, um para cada dia do ano; tomar mais milkshake e voltar a nadar, uma paixão antiga. Até olhei para ele, mas não tive coragem e continuei correndo. Fiz uma lista para 2007:
1) evitar os chatos
2) Não lutar pela casa própria
3) Sorrir mais
4) Trabalhar menos
5) Fazer musculação todos os dias
6) Namorar mais
7) Encarar a vida como um caminho que construímos caminhando
8) Manter a dieta
9) Evitar os invejosos, as pessoas pesadas
10) Se algum item falhar, comer um X-Salada que tudo fica azul novamente.
19.12.06
Calor, mosquitos e a TV Globo
Tem dias que desejamos realmente que o teletransporte exista. Ninguém merece a programação da Globo em dezembro, a novela, o calor e esses mosquitos. Sei que sou chata, reclamona, mas hoje eram 8h10 da manhã e já estava 32 graus na Pompéia. Fui passear com a minha cachorra e tive o desprazer de encontrar um vizinho japonês com dois Poodles brancos horríveis. Eu odeio Poodle. O dono não carregava um saquinho plástico para as fezes e os cachorros usavam sapatinho de pelúcia para não sujar as patas. A rua tudo bem. Fui lá e ofereci um saquinho. Ele fez cara de bobo, nem agradeceu. É isso. O brasileiro é mané, assiste a Globo, come peru na ceia de Natal -- mesmo fazendo 40 graus neste país tropical; vai ao shopping -- mesmo com duas horas de espera para estacionar no Iguatemi. Será que sou muito chata? Com certeza sou, mas é duro entrar na fôrma, gostar do que todos gostam. Amar do jeito que todos amam. Aceitar a família Doriana, mesmo quando não acreditamos na instituição do casamento. Comprar nozes e figo para a mesa do dia 24, quando preferimos um abacaxi com cubos de gelo e um carpaccio esperto.
A chuva trouxe um pouco de vento, seu telefonema me encheu de felicidade e resolvi resgatar a música Lenha, de Zeca Baleiro, que adoro, principalmente quando a letra diz:
se eu não sei dizer/o que quer dizer/ o que vou dizer/se eu digo pare/você não repare/no que possa parecer ...
Quem sabe sonho que estou no frio, cheia de queijos gostosos, um bom vinho, nada na cabeça e a leveza de quem vive cada dia como se fosse um bom filme. Quem sabe o ano que vem consigo fazer cuscuz no Natal, trocar o pudim de leite condensado pelo gelado de manga. Enfim, possibilidades.
A chuva trouxe um pouco de vento, seu telefonema me encheu de felicidade e resolvi resgatar a música Lenha, de Zeca Baleiro, que adoro, principalmente quando a letra diz:
se eu não sei dizer/o que quer dizer/ o que vou dizer/se eu digo pare/você não repare/no que possa parecer ...
Quem sabe sonho que estou no frio, cheia de queijos gostosos, um bom vinho, nada na cabeça e a leveza de quem vive cada dia como se fosse um bom filme. Quem sabe o ano que vem consigo fazer cuscuz no Natal, trocar o pudim de leite condensado pelo gelado de manga. Enfim, possibilidades.
2006 em retrospectiva digital
Como rege a natureza da informação, o ano que passa parece ter sido mais volumoso do que o seu anterior. Em meio a tal overdose de eventos, no entanto, alguns chegaram para ditar (ou ajudar a ditar) novos (e bons) rumos nas vias da informação online. A explosão do podcasting e dos portais de vídeos, o crescimento da telefonia via Internet, o abraço definitivo dos conglomerados e empresas de mídias tradicionais ao conteúdo cidadão. Vertentes que começam a ganhar status de pilares, mas que, antes disso, servem-nos como bússola para que possamos pensar e construir uma esfera virtual melhor.
Para celebrar o rico ano de 2006 no mundo virtual, Mario Cavalcanti, editor do JW, convidou seis profissionais veteranos da Web, ciberjornalistas e/ou especialistas no meio online, para apontar grandes acontecimentos ocorridos durante o ano e possíveis tendências para 2007. Acompanhe
Para celebrar o rico ano de 2006 no mundo virtual, Mario Cavalcanti, editor do JW, convidou seis profissionais veteranos da Web, ciberjornalistas e/ou especialistas no meio online, para apontar grandes acontecimentos ocorridos durante o ano e possíveis tendências para 2007. Acompanhe
18.12.06
Cenas impensáveis
Várias coisas me deixaram feliz e triste ao mesmo tempo no espaço entre ontem e hoje. O Inter conquistou o Mundial de Clubes e Yokohama e deixou Ronaldinho com cara de bobo. Havana Velha foi remodelada em apenas 13 anos e hoje abriga 16 hotéis, 100 lojas, pousadas e edifícios. Se eu demorar muito para visitar Cuba, imagine o que encontrarei em 2010, por exemplo?
Também sou obrigada a ouvir do Clodovil, em entrevista por telefone para a coluna da Monica Bergamo, na Folha de S. Paulo, que vai doar seu salário de R$ 24.500,00 de parlamentar para os pobres. É muito para uma pessoa só tentando ficar longe da baixaria dos parlamentares brasileiros. Melhor pensar no Inter apenas.
Também sou obrigada a ouvir do Clodovil, em entrevista por telefone para a coluna da Monica Bergamo, na Folha de S. Paulo, que vai doar seu salário de R$ 24.500,00 de parlamentar para os pobres. É muito para uma pessoa só tentando ficar longe da baixaria dos parlamentares brasileiros. Melhor pensar no Inter apenas.
17.12.06
Tempo
De todos os cartões virtuais de Natal que recebi esta semana, o do amigo Luiz Márcio Ribeiro me tocou mais. Ele nos fala do tempo, o mais precioso bem do homem moderno. Gostei tanto que resolvi compartilhar com vocês. Ótimo 2007 para todos!
“A gente, quase sempre, quer, pelo menos, um tempinho a mais: pra beijar, pra passear, pra ficar na cama, pra conversar, ou só pra vadiar.
Mas a vida do jeito que anda, não nos deixa tempo para nada. Tempo de trabalhar, estudar, tempo de encarar o trânsito da cidade, fazer uma reunião depois da outra, ficar nas tantas filas para onde a gente quer ir...
Por isso, que em 2007 você ache mais tempo para exercer suas habilidades, aquilo para o que você serve e te deixa mais feliz. Que seja muito criativo para evitar a compulsão, o trabalho repetitivo, o tédio, os chatos, o apego às coisas, os possessivos...
Que em 2007 sejamos mais livres, leves e soltos....”
“A gente, quase sempre, quer, pelo menos, um tempinho a mais: pra beijar, pra passear, pra ficar na cama, pra conversar, ou só pra vadiar.
Mas a vida do jeito que anda, não nos deixa tempo para nada. Tempo de trabalhar, estudar, tempo de encarar o trânsito da cidade, fazer uma reunião depois da outra, ficar nas tantas filas para onde a gente quer ir...
Por isso, que em 2007 você ache mais tempo para exercer suas habilidades, aquilo para o que você serve e te deixa mais feliz. Que seja muito criativo para evitar a compulsão, o trabalho repetitivo, o tédio, os chatos, o apego às coisas, os possessivos...
Que em 2007 sejamos mais livres, leves e soltos....”
13.12.06
Histórias de uma gorda
A fila do caixa estava enlouquecedora, quase desisti de tudo, pois odeio supermercado. Lembrei que esqueci de pegar o sabão em pó. Como alguém esquece do sabão? Deixei uma senhora cuidando dos dois carrinhos e fui atrás do Omo. No caminho vejo duas gordas, uns 120 kg cada, segurando calcinhas minúsculas. Não resisti e parei discretamente ao lado da banca de ofertas que dizia:
Compre 2 e leve mais 2. Eram calcinhas de renda rosa claro, rosa choque e vermelha. Horríveis! Tentei disfarçar e comecei a observar a renda grosseira de uma delas. Daí veio o melhor: a fala de uma das moças. Acho que vou levar, hoje tenho um encontro com o Zé. Será que tem GG? Fiquei imaginando que a calcinha GG caberia em uma das pernas, mas jamais ultrapassaria o quadril. Resolvo ficar ali ouvindo mais um pouco da conversa, esquecendo completamente do Omo.
Compre 2 e leve mais 2. Eram calcinhas de renda rosa claro, rosa choque e vermelha. Horríveis! Tentei disfarçar e comecei a observar a renda grosseira de uma delas. Daí veio o melhor: a fala de uma das moças. Acho que vou levar, hoje tenho um encontro com o Zé. Será que tem GG? Fiquei imaginando que a calcinha GG caberia em uma das pernas, mas jamais ultrapassaria o quadril. Resolvo ficar ali ouvindo mais um pouco da conversa, esquecendo completamente do Omo.
A conversa dos Pingüins
Dezembro me deixa no limite do stress. Ontem, não aguentava mais a conversa ao lado, o barulho dos meus dedos teclando, sem cessar, no computador e a falta de um chocolate básico. Resolvi congelar o fim de noite e ir a pé até a locadora mais próxima. Nada de aventura, suspense ou terror, trouxe para casa "A marcha dos Pingüins" e alguns Alpinos. No caminho já me sentia melhor. Nada como um filme bem lento para baixar a adrenalina e nos deixar na sintonia ideal. "Mais dez dias e milhares de passos, mais dez dias e milhares de passos e chegamos ao final da caminhada dos pingüins imperadores em busca do par perfeito para o romance de inverno".
A cada ano elas procuram, no meio da imensidão gelada, o macho perfeito para dançar. Brigam, se batem -- tudo enquanto os machos imóveis esperam a TPM feminina passar. Me diverti demais, ainda mais com a trilha perfeita de Emilé Simon. "Se a dança for harmoniosa, o casal sobreviverá ao gelado inverno da Antártica", nos diz o narrador. Casal é isso, uma dança perfeita, o encontro certo. Fiquei pensando que deveríamos ser como os pingüins: dançar, namorar e depois cada um seguir seu objetivo de vida sem olhar para trás. Eles caminham em direção ao mar, deixando até seus filhotes -- já crescidos -- independentes. A liberdade do oceano fala mais alto para todos.
A beleza singular do silêncio, após a fecundação do ovo é outro ponto forte do documentário. O amor foi feito e tudo está em silêncio, imóvel, proporcionando calor para o ovo. A fêmea faminta, deixa o pai cuidando do futuro pingüim enquanto ela vai caminhando até o mar se alimentar para poder voltar e nutrir o filhote.
3.12.06
Natal/Noel
época estranha
sensação de fome constante
um aperto enorme
no peito
no olhar
Felicidade comprada com flocos de algodão
época quente
lugares cheios
crianças com olhares de ansiedade
grande ansiedade!
emoção a flôr da pele
me sinto criança
apertada e aflita
quero uma árvore que vá até o céu
que papai noel exista
venha me visitar
trazendo tudo o que perdi
ao longo do caminho
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