Dezembro me deixa no limite do stress. Ontem, não aguentava mais a conversa ao lado, o barulho dos meus dedos teclando, sem cessar, no computador e a falta de um chocolate básico. Resolvi congelar o fim de noite e ir a pé até a locadora mais próxima. Nada de aventura, suspense ou terror, trouxe para casa "A marcha dos Pingüins" e alguns Alpinos. No caminho já me sentia melhor. Nada como um filme bem lento para baixar a adrenalina e nos deixar na sintonia ideal. "Mais dez dias e milhares de passos, mais dez dias e milhares de passos e chegamos ao final da caminhada dos pingüins imperadores em busca do par perfeito para o romance de inverno".
A cada ano elas procuram, no meio da imensidão gelada, o macho perfeito para dançar. Brigam, se batem -- tudo enquanto os machos imóveis esperam a TPM feminina passar. Me diverti demais, ainda mais com a trilha perfeita de Emilé Simon. "Se a dança for harmoniosa, o casal sobreviverá ao gelado inverno da Antártica", nos diz o narrador. Casal é isso, uma dança perfeita, o encontro certo. Fiquei pensando que deveríamos ser como os pingüins: dançar, namorar e depois cada um seguir seu objetivo de vida sem olhar para trás. Eles caminham em direção ao mar, deixando até seus filhotes -- já crescidos -- independentes. A liberdade do oceano fala mais alto para todos.
A beleza singular do silêncio, após a fecundação do ovo é outro ponto forte do documentário. O amor foi feito e tudo está em silêncio, imóvel, proporcionando calor para o ovo. A fêmea faminta, deixa o pai cuidando do futuro pingüim enquanto ela vai caminhando até o mar se alimentar para poder voltar e nutrir o filhote.
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