3.10.08

Eterna conversa com o leitor











Devir nunca é imitar. Quando Alfred Hitchcock filmou ‘Os pássaros’, ele não reproduziu nenhum grito de pássaro, mas produziu um som eletrônico que oferece uma terrível ameaça aos ouvidos, uma vibração em nós mesmos. Para Jorge Luis Borges, ‘não existimos na maioria desses tempos; em alguns existe o senhor e não eu; em outros, eu, não o senhor; em outros, os dois’. Na mídia digital, cada leitura estabelece uma determinada linearidade, de acordo com o caminho que foi construído. Cada caminho é único. Numa segunda leitura, pode-se seguir linearidades diferentes (dependendo dos links seguidos). Pensar a comunicação digital como um vir a ser, um devir constante, permite intercalar formatos, usufruir das redes sociais e criar novos laços com o leitor.

Na verdade, podemos incorporar o conceito de devir em várias mídias. O Projeto ‘Nua na rua’, por exemplo, é uma intervenção urbana, um devir do corpo criado pela artista Alessandra Cestac. Ela posa nua, imprime sua foto em tamanho natural, recorta a silhueta e cola (stickers ou lambe-lambe) em lugares públicos da cidade de São Paulo, como colunas, paradas de ônibus e viadutos. Esse fragmento que escolhi faz parte do artigo Devir da comunicação

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